quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Importância da Comunicação para a Enfermagem

Cynthia Griselda Castro Viégas

A comunicação é tratada por diversos autores como um processo indispensável para a melhoria das experiências do ser humano quer individual, quer em grupo, sobretudo no ambiente de trabalho.
Considerando que os papéis do enfermeiro na equipe da saúde da família: o de educador, o de líder ao coordenar agentes comunitários e auxiliar de enfermagem, o de facilitador ao promover educação permanente de pessoal, ressaltando, também, que o mesmo mantém a comunicação com os demais membros da equipe de forma integradora.
O enfermeiro desempenha além das suas funções assistenciais e educativas perante a comunidade que atua, assume habitualmente as funções administrativas dentro da Unidade Saúde da Família, onde é fundamental planejar, executar, avaliar e participar com os demais membros da equipe de saúde, no processo saúde doença. Para que essas atividades sejam desempenhadas de forma satisfatória é imprescindível desenvolver a habilidade do saber comunicar-se.
Com a curiosidade de investigar as discussões e reflexões sobre a comunicação como fator e/ou ferramenta que possibilita ao profissional enfermeiro desempenhar suas atividades, acreditando que a habilidade de comunicação deve ser explorada em sua plenitude na vida cotidiana para que haja sucesso nas relações, o tema em discussão favorece ao enfermeiro que atua na estratégia saúde da família, a melhoria da habilidade no processo comunicativo com a equipe, proporcionando também a equipe, interesse pela temática objetivando a obtenção de melhores resultados na abordagem com o cliente e nas atividades realizadas na comunidade.
A enfermagem é uma profissão que tem uma ampla atuação, ambulatorial, hospitalar, comunitária e ainda gerencial administrativo, integrando a sua equipe de trabalho outros profissionais, o que requer o exercício de uma comunicação, como elemento fundamental para o desenvolvimento das atividades diárias de maneira eficaz.
Na tentativa de garantir o alcance da produtividade, das metas e objetivos propostos, a prática de enfermagem cotidiana exige do enfermeiro um bom preparo, se tratando de comunicação inter pessoal.
Tendo em vista o que afirma Majello (1963, p. 46), que “saber comunicar significa saber exprimir-se. Saber exprimir-se significa fazer-se compreender, para fazer compreender é necessário suscitar interesse em que escuta as nossas palavras”.

Estratégias a serem utilizadas pelo enfermeiro no processo comunicativo
A enfermagem envolve diversas categorias, em geral necessita trabalhar em equipe, e é responsabilidade do líder a criação de uma equipe para atingir as metas da instituição.A comunicação é fundamental para uma liderança bem sucedida. O enfermeiro precisa compreender as individualidades dos colaboradores de sua equipe e, sobretudo saber ouvir, implementando uma comunicação aberta, franca, natural e eficaz eliminando assim as barreiras e facilitando o fluxo do processo comunicativo.
Algumas estratégias podem ser utilizadas conforme cada caso, a exemplo das dinâmicas de grupos com foco na construção grupal, nas vivências situacionais de liderança, no exercício da comunicação, no estimular a participação de cada colaborador, nas reuniões e na coleta de sugestões para melhoria e solução de problemas.
Uma ferramenta interessante e atraente é a utilização de filmes que contenham situações equivalentes às questões em pauta. Assisti-los e levantar pontos chaves neles encontrados, faz refletir e ponderar acerca de si mesmo. Uma roda de discussão com propósito sério em resolver os seus problemas pode ser de vital importância.

Para que o processo de comunicação ocorra adequadamente, torna-se necessário:

Exercitar de forma positiva a comunicação verbal

 Perguntar – consiste em explorar a situação mediante a troca de informações;
 Escutar – consiste em captar as mensagens verbais de outra pessoa e reter na memória os pontos mais importantes de seu relato, dando o tempo necessário para que a pessoa termina de formular sua idéia;
 Responder – consiste em desenvolver os pontos mais importantes da fala de maneira resumida e organizada
 avaliar as reações do receptor;
 pedir opinião;
 revelar alguns de seus aspectos negativos , na abordagem de um assunto conflituoso,refira também alguma dificuldade e problema que enfrentou;
 ser informal, usando palavras simples que facilite ser compreendido;
 elogiar com sinceridade e objetividade;
 refletir sobre críticas recebidas,evitando ignorá-las

Exercitar de forma positiva a comunicação não verbal
 Observar, ver o outro sua aparência, gestos, movimentos, expressão facial, ritmo respiratório, postura, como estabelece interação com as outras pessoas;
 desenvolver uma expressão condizente com a mensagem;
 ter tom de voz e gestos adequados .
 olhar nos olhos;

O enfermeiro que pretende ter um ambiente harmônico na sua equipe deve atentar para:

 Certificar-se se o que foi entendido, era o que deveria ser;
 adotar postura agradável quando transmitir ou receber as mensagens;
 aceitar o direito do outro em ter opinião própria;
 esclarecer sobre os problemas;
 relatar comportamentos observáveis, sem generalizações,rótulos ou julgamentos;
 descrever seus sentimentos verbalmente;
 aprender a conversar com “você mesmo” – busque o auto conhecimento;
 chamar os outros pelo nome, torna-se agradável e sugere respeito;
 se necessário,melhora o conteúdo da informação transmitida,usando variados e mais eficazes meios de comunicação;
 estimular o interesse com novos estímulos;
 ouvir e avaliar novamente as reações do interlocutor;
 ser conciso e ter clareza no que expressa;
 informar com sinceridade e simplicidade.

Referências
ANTUNES, Artur Veloso; SANT’ ANNA, Ligia Rodrigues; PEREIRA, Maria Elizabeth Roza. A ação gerencial do enfermeiro: situação ideal x realidade. Nursing, São Paulo, v. 4. nº35, p.16-23 abr. 2001. edição brasileira
MAJELO, Carlo. A arte de comunicar. Pórtico. Lisboa. 1963.
MARQUIS, Bessie., HUSTON, Carol J. Trad. Regina Machado Garcez e Eduardo Schaan. Administração e Liderança em Enfermagem: teoria e aplicação. Porto Alegre: Artes médicas Sul. 2001. p. 557.

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